O amistoso Angola vs Argentina custará milhões ao Estado. Descobre por que o jogo com Messi está a gerar polémica e indignação em todo o país.
Os preparativos para o Angola vs Argentina tornaram-se o centro de uma tempestade política e social. O que deveria ser uma celebração desportiva pelos 50 anos de independência transformou-se num debate nacional sobre prioridades, orgulho e desigualdade.
De um lado, a emoção de ver Lionel Messi e os campeões do mundo pisarem o relvado angolano. Do outro, a dura realidade de um país onde uma em cada três pessoas enfrenta a fome e onde o Estado decidiu investir 12 milhões de euros para organizar um jogo amigável.
A polémica começou com a revelação do cachet pago à Federação Argentina, seguido pelos valores dos bilhetes, que variam entre a 1 a 4.700 euros. Um preço que muitos consideram “absurdo” num país em que o salário mínimo mal ultrapassa os 30 Euros.
O nome “Messi” bastou para incendiar as redes sociais. Fotos, hashtags e memes inundaram a internet angolana desde o anúncio do jogo Angola vs Argentina. O Governo vê o evento como um símbolo de prestígio internacional. Mas a sociedade civil reage com ironia e revolta: “Não temos pão, mas teremos Messi”.
Segundo fontes oficiais, o Estado Angolano financiou milhões de dólares para receber a seleção argentina com todas as condições de luxo: viagem em avião privado, hotel cinco estrelas em Luanda, segurança reforçada, restauração de topo e todos os custos de logística. Um investimento digno de um Mundial — mas para um simples amistoso.
Os defensores do evento argumentam que Angola precisa de visibilidade internacional e que este jogo poderá impulsionar o turismo, o comércio e o orgulho nacional. No entanto, críticos lembram que há mais de 11 milhões de angolanos em situação de fome, segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura).
É impossível negar a emoção de imaginar Messi a jogar em solo angolano, num estádio vibrante, cheio de bandeiras e cânticos. Mas a pergunta que ecoa é: a que preço vem esse sonho?
Nas ruas, cartazes improvisados com a frase “Tenemos hambre” (temos fome) começaram a aparecer, traduzindo o sentimento de um povo dividido entre o amor ao futebol e a revolta com os gastos públicos.
E tu, o que pensas deste investimento? O jogo Angola vs Argentina é um motivo de orgulho ou um retrato das prioridades distorcidas do Estado? Comenta abaixo e partilha a tua opinião.
Um jogo histórico ou um erro estratégico?
O amistoso entre Palancas Negras e Albiceleste está marcado para 14 de novembro e será, sem dúvida, um evento que ficará registado na história do desporto angolano. No entanto, mais do que um jogo, ele expõe a fratura social de um país que luta entre o desejo de reconhecimento e a urgência das necessidades básicas.
UNITA, o principal partido da oposição, estima que os gastos totais ultrapassem os 20 milhões de dólares, denunciando o que considera ser uma falta de sensibilidade política num contexto de crise. Enquanto isso, o Governo insiste que o investimento é estratégico e que a presença da Argentina elevará a imagem de Angola no cenário internacional.
Mas para muitos cidadãos, a matemática não fecha. “O povo não come prestígio”, comenta uma vendedora ambulante em Luanda, resumindo num desabafo a frustração de milhares de famílias.
Angola vs Argentina: entre o sonho e a fome
O jogo Angola vs Argentina é mais do que um amistoso; é um espelho das contradições de um país em transformação. Por um lado, há o orgulho de receber Messi e os campeões do mundo. Por outro, a dor de um povo que vê milhões a serem gastos enquanto a fome continua a crescer.
Entre aplausos e críticas, o certo é que este encontro ficará marcado na memória nacional, não apenas pelo futebol, mas pelas perguntas que deixou no ar: O que é prioridade para Angola? E até que ponto vale a pena pagar por um espetáculo quando falta pão na mesa?
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